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Mc Marcinho chegou a gastar todo o seu dinheiro com internação em 2006


No último sábado (26), o cenário musical brasileiro perdeu um dos seus ícones mais emblemáticos: Marcio André Nepomuceno Garcia, carinhosamente conhecido como MC Marcinho. Sua trajetória artística foi marcada por sucessos contagiantes do chamado funk melody, gênero que conquistou milhões de fãs nas décadas de 1990 e 2000. No entanto, por trás dos hits contagiante e do carisma inegável, Marcinho enfrentou uma série de desafios de saúde que moldaram sua jornada de altos e baixos.

Marcinho, apelidado de “Príncipe do Funk”, emergiu nos anos 1990, uma época que testemunhou o auge da influente Furacão 2000. Seu primeiro grande sucesso, “Rap do Solitário”, ecoava nas rádios e nas ruas, com versos que retratavam o cotidiano e as experiências da juventude das favelas e periferias do Grande Rio. O diferencial de Marcinho residia na proposta de um “Funk do bem”, pautado em letras sem apelo pornográfico, que lhe renderam o respeito e a admiração de uma vasta audiência.


Contudo, o sucesso musical de Marcinho foi entremeado por eventos dramáticos que testaram sua resiliência e determinação. Em 2006, um terrível acidente de trânsito interrompeu sua ascensão. O veículo em que ele estava colidiu com um ônibus, resultando na trágica morte de duas pessoas e deixando o cantor gravemente ferido. A perspectiva de perder uma das pernas pairou sobre Marcinho, lançando-o em um turbilhão de incertezas. Com dificuldades financeiras agravadas pela falta de plano de saúde, ele enfrentou o desafio de custear sua internação, esgotando suas economias.

Determinado a se reerguer, Marcinho retomou os palcos, demonstrando uma força de vontade admirável ao se apresentar em cadeira de rodas, ainda em processo de recuperação. Em 2008, ele voltou a se apresentar de pé, porém afastado da grande mídia, encontrando sustento em shows privados, como em festas de aniversário e casamentos. Essa fase ilustra a resiliência de um artista que se recusou a ser derrotado pelas adversidades.


A saúde de Marcinho continuou a ser posta à prova nos anos seguintes. Em 2019, um princípio de infarto o levou de volta ao hospital, sendo um sinal alarmante das fragilidades de seu corpo. Em 2020, a pandemia global da COVID-19 fez com que ele fosse internado no CTI devido a complicações relacionadas à doença. Esses episódios de saúde debilitada reforçaram a mensagem de Marcinho à sociedade, instando as pessoas a encararem a COVID-19 com seriedade e responsabilidade.

O ano seguinte trouxe um novo desafio: uma infecção bacteriana no pé esquerdo que se espalhou para os pulmões, levando o cantor a um coma de quatro dias e uma estadia hospitalar de três meses. A cada revés, Marcinho mostrou incrível resiliência, mantendo-se otimista e determinado a superar os obstáculos impostos por sua condição de saúde.


A trajetória de lutas e triunfos de MC Marcinho culminou em uma série de complicações cardíacas. Em julho de 2021, ele implantou um marca-passo para lidar com problemas cardíacos, demonstrando sua persistência em continuar perseguindo sua paixão pela música. Infelizmente, a saúde de Marcinho continuou a deteriorar-se, levando-o a várias hospitalizações, incluindo sua última internação em maio de 2023.

A batalha final de Marcinho ocorreu após uma parada cardíaca em 10 de julho, o que o levou ao CTI. Para auxiliar em sua recuperação, uma ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) foi usada, seguida pela implantação de um coração artificial. No entanto, sua resistência chegou ao fim, marcando o triste capítulo final de uma vida que tocou inúmeras pessoas através da música.

As letras de Marcinho ecoam ainda hoje: “Diz pra mim o que seria de mim se não fosse o funk.” Essa pergunta pode ser aplicada tanto à vida do artista quanto ao próprio gênero musical. A influência de MC Marcinho na cena do funk melody é indiscutível, e seu legado permanecerá como um testemunho inspirador de superação diante das adversidades. Sua história nos ensina que a música tem o poder de conectar corações, transcender dificuldades e deixar uma marca eterna na cultura.

Fonte: Coisas de Casal


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