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SBT estuda processar Rachel Sheherazade após fala sobre ‘censura’ em reality


A participação de Rachel Sheherazade no programa “A Fazenda,” da Record, está causando um alvoroço nas redes sociais e nos bastidores da televisão brasileira. O motivo da controvérsia? Uma declaração feita pela jornalista no reality show que resultou em uma possível ação judicial por parte do SBT, emissora onde Sheherazade trabalhou por anos.

Tudo começou em um episódio recente de “A Fazenda,” quando Rachel estava em uma conversa com o ex-nadador olímpico Henrique Martins. Durante o papo, ela revelou ter sofrido represálias em sua antiga casa televisiva, o SBT, por ter se posicionado a favor dos palestinos em meio ao conflito árabe-israelense. Segundo ela, a punição veio devido ao fato de Silvio Santos, o dono do SBT, ser judeu.


Nessa ocasião, Rachel declarou: “Se você se compromete a qualquer coisa, o contratante fala: ‘fala isso e defende isso’. E você vai lá e defende. Eu fiz um comentário sobre a questão israelense-palestina, o conflito árabe-israelense. E eu levei um ‘chama’ (advertência) porque o dono da emissora era judeu. E eu dei uma visão meio pró-Palestina. Não era pró-Palestina, mas, naquele momento, era uma situação em que os palestinos estavam sendo as vítimas do conflito e eu levei a minha opinião.”

Sheherazade continuou explicando: “Foi chamada a minha atenção porque o dono da emissora era judeu e eu não poderia dar aquela opinião, mas eu dei. Eu me coloquei na berlinda. Eu me colocava o tempo todo na berlinda. Quem é corajoso demais é o primeiro a perder o pescoço.”


Essa declaração de Rachel Sheherazade gerou uma série de repercussões, não apenas nos meios de comunicação, mas também entre os telespectadores e nas redes sociais. Além disso, o SBT emitiu uma declaração oficial afirmando que está estudando tomar medidas legais em relação às palavras da jornalista: “O SBT confirma que irá tomar as medidas cabíveis a respeito das falas de Rachel Sheherazade.”

O episódio envolvendo Rachel Sheherazade levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão e os contratos de trabalho em ambientes midiáticos. Por um lado, a liberdade de expressão é um princípio fundamental em sociedades democráticas, e os jornalistas têm o direito de expressar suas opiniões, desde que não infrinjam leis ou propaguem discurso de ódio. A jornalista, ao dar sua opinião sobre o conflito árabe-israelense, estava exercendo esse direito.


Por outro lado, a situação também destaca a complexidade dos contratos de trabalho em empresas de mídia, onde os jornalistas podem ser obrigados a seguir diretrizes editoriais específicas. Nesses casos, é comum que os empregadores esperem que seus funcionários estejam alinhados com a linha editorial da empresa e evitem comentários que possam prejudicar sua imagem ou relações comerciais.

O conflito entre a liberdade de expressão e as expectativas contratuais não é novo na indústria da mídia. Afinal, os jornalistas frequentemente se veem em situações onde precisam equilibrar suas convicções pessoais com as demandas de seus empregadores. Essa tensão é especialmente acentuada em empresas de comunicação com grandes audiências e interesses comerciais diversificados.

No caso específico de Rachel Sheherazade, a jornalista já havia enfrentado polêmicas em sua carreira anterior, especialmente por suas opiniões políticas e sociais. A questão que surge é se sua participação em “A Fazenda” a torna uma figura pública com uma plataforma ampliada para expressar suas opiniões ou se ela ainda está sujeita às restrições contratuais de sua antiga emissora.

É importante destacar que os detalhes do contrato de Rachel Sheherazade com o SBT e qualquer cláusula que restringisse sua liberdade de expressão não são conhecidos publicamente. Portanto, qualquer avaliação sobre a validade de uma ação legal por parte do SBT dependeria das especificidades desse contrato.

No entanto, o episódio levanta uma discussão mais ampla sobre como os meios de comunicação e os jornalistas lidam com as divergências de opinião. Em uma era em que a polarização política e as redes sociais amplificam as vozes de todos, incluindo as personalidades da mídia, é fundamental encontrar maneiras de promover o debate saudável e o respeito pelas opiniões divergentes, ao mesmo tempo em que se protege a integridade e a liberdade dos profissionais de mídia.

Independentemente do desfecho legal do caso de Rachel Sheherazade, ele destaca a necessidade de se discutir como as empresas de comunicação e os jornalistas podem equilibrar a liberdade de expressão com as expectativas contratuais em um mundo cada vez mais complexo e diversificado em termos de opiniões e visões de mundo. Afinal, a liberdade de expressão é um dos pilares da democracia, e encontrar um equilíbrio é essencial para uma sociedade informada e saudável.



Fonte: Coisas de Casal


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