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Mãe denuncia violência contra filhos autistas em faculdade do Distrito Federal faculdade, Distrito Federal


Este artigo aborda um caso alarmante de violência e discriminação contra jovens autistas em uma universidade no Distrito Federal, Brasil. Clesiana Epifânio, mãe de dois jovens autistas, Pedro Augusto Epifânio e Paloma Epifânio, relata que seus filhos foram vítimas de agressões verbais e físicas por parte de colegas na faculdade de medicina em que cursam. Os jovens são bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e foram os primeiros alunos com deficiência matriculados em um curso considerado de elite. Esta situação evidencia a necessidade de criar um ambiente educacional inclusivo e combater o capacitismo, uma forma de discriminação contra Pessoas com Deficiência (PCDs).

Contexto e Antecedentes


Pedro Augusto e Paloma Epifânio, ambos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), enfrentaram uma série de incidentes discriminatórios e violentos na universidade em que estudavam. A mãe, Clesiana Epifânio, descreve que o pesadelo começou quando sua filha Paloma, que também possui epilepsia, foi ofendida durante um episódio de crise. Um colega a acusou de fingir o ataque, o que levou seu irmão Pedro a intervir em sua defesa. Isso resultou em uma confusão, com Pedro experimentando uma crise de Meltdown, caracterizada por uma perda de controle emocional. O colega alegou que Pedro havia agredido-o, mesmo que testemunhas afirmassem o contrário.

A situação se agravou quando o colega que alegou ter sido agredido registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal, destacando a agressão de Pedro. No entanto, o laudo médico de Pedro, que confirmava seu diagnóstico de TEA, não foi mencionado no boletim de ocorrência. Essa omissão ressalta a importância de considerar o contexto e a condição dos envolvidos em incidentes desse tipo.


Discriminação e Hostilidade Contínuas

De acordo com Clesiana, os episódios de discriminação e hostilidade contra seus filhos começaram antes do incidente de agosto. Colegas teriam proferido comentários desrespeitosos, como “essa deficiente acha que tudo vai ser do jeito dela.” Essa atitude prejudicial demonstra a necessidade de conscientização e educação sobre a inclusão de PCDs no ambiente acadêmico.


Além disso, Clesiana revelou que os irmãos enfrentaram discriminação ao tentarem se candidatar para serem representantes de turma. Os colegas já estavam enturmados, enquanto Pedro e Paloma permaneceram isolados, destacando o desafio de inclusão que eles enfrentavam.

Ação Administrativa Contra Pedro

O caso tomou uma reviravolta quando a universidade iniciou um Processo Administrativo (PAD) contra a presença de Pedro nas dependências da instituição. O PAD alegou que a conduta de Pedro “ofendeu bens juridicamente protegidos e de elevado valor, quais sejam, a incolumidade física e psíquica de membros da comunidade acadêmica, devendo ser punido com a sanção disciplinar de desligamento.” Isso resultou na expulsão de Pedro em 18 de outubro.

A justificativa da universidade para a expulsão de Pedro foi baseada na alegação de que os transtornos de Pedro e Paloma não foram comprovados por laudos médicos, aconselhando-os a buscar tratamento. No entanto, Clesiana apresentou laudos médicos que confirmavam o diagnóstico de TEA para seus filhos, indicando uma falha na consideração de evidências médicas na decisão da universidade.

Pedro está atualmente em processo de requerimento para anular sua expulsão e retomar suas aulas. Este caso destaca a importância de garantir que as decisões administrativas levem em consideração as necessidades específicas de PCDs.

Continuidade dos Ataques

Mesmo após a expulsão de Pedro, os ataques contra sua irmã, Paloma, continuaram. Colegas enviaram mensagens ameaçadoras, expressando desgosto por sua presença na faculdade e ameaçando fazê-la desistir do curso. Essa contínua hostilidade demonstra a importância de educar e sensibilizar os estudantes sobre a diversidade e a inclusão, promovendo um ambiente acadêmico seguro para todos.

Clesiana, a mãe dos jovens, também foi alvo de ameaças e insultos nas redes sociais, demonstrando a necessidade de combater o ódio e o preconceito em todas as formas.

Conclusão

O caso de violência e discriminação contra os jovens autistas Pedro e Paloma Epifânio na universidade do Distrito Federal é um lembrete angustiante das barreiras que as PCDs enfrentam em busca de educação e inclusão. A falta de conscientização, a discriminação e a hostilidade prejudicam não apenas os estudantes com deficiência, mas também suas famílias.

Este caso destaca a necessidade urgente de promover ambientes educacionais inclusivos, onde todos os estudantes possam aprender e crescer em um ambiente seguro e respeitoso. Além disso, enfatiza a importância de considerar as evidências médicas ao tomar decisões administrativas que afetam a vida acadêmica de estudantes com deficiência.

É imperativo que as instituições de ensino adotem políticas e práticas que promovam a inclusão e a conscientização sobre a diversidade, combatendo o capacitismo e contribuindo para a construção de um futuro mais inclusivo e igualitário.

 

 

Fonte: Coisas de Casal


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