Show de Eduardo Costa gera revolta após vazar cachê exorbitante
Um show de Eduardo Costa e outros cantores sertanejos em Aparecida de Goiânia causou revolta na população, que detonou as más condições da cidade
O cantor sertanejo Eduardo Costa, que está enfrentando um processo milionário por um suposto plágio, voltou a ser alvo de polêmica após ter um show na cidade de Aparecida de Goiânia, em Goiás, anunciado para o público. Recentemente, ele anunciou que irá voltar a cantar ao lado de Gusttavo Lima em uma apresentação.
Segundo o site Folha Z, Eduardo Costa irá receber um cachê astronômico de R$ 350 mil para a apresentação no “Aparecida é Show 2023“, que celebra o aniversário da cidade, no próximo dia 13 de maio. Há alguns meses, o Movimento Country noticiou com exclusividade a queda do cachê do sertanejo, que estaria recebendo menos que esse valor.
O valor será pago por cerca de apenas 1 hora e 30 minutos de show, tempo bem menor do que comumente o cantor sertanejo faz em suas apresentações. Além de Costa, shows de Léo Magalhães e Raça Negra estão confirmados na cidade pelo valor de R$ 580 mil (conjunto). Naiara Azevedo também marcará presença na festa, mas não teve seu cachê divulgado.
No entanto, o anúncio da tradicional festa de Aparecida de Goiânia não agradou nem um pouco a maior parte da população e gerou revolta em muita gente, que não perdeu tempo de criticar a escolha dos cantores nas redes sociais.
Nos comentários de publicações da prefeitura no Instagram, centenas de moradores expressaram sua indignação com os problemas que a cidade vem enfrentando na saúde e em vias públicas, enquanto paga cachês astronômicos para os artistas confirmados na festa:
“E a saúde fica uma porcaria! Gastam com show e não investe nessas UPA e CAIS da cidade tudo caindo os pedaços… farmácia mal acha Dipirona pra fornecer para a população”, disparou um morador. “Agora podem tampar os buracos já que economizou com cantor”, ironizou outra. Uma terceira também reclamou dos buracos nas vias públicas da cidade: “E eu achando que tava economizando o dinheiro pra tampar os buraco pra pagar os cantor topissimo que ia comparecer”.
Além dos problemas com a cidade, muita gente não gostou das atrações, tendo em vista que em outras ocasiões grandes nomes da música sertaneja já se apresentaram na cidade: “Pra uma festa que já teve Gusttavo Lima, Henrique e Juliano, Jorge e Mateus…. O nível caiu muito em!”, reclamou uma mulher. “‘Maior festa de todos os tempos’ kkkkkkkk, cada ano que se passa vai indo de mal a pior”, destacou outro.
Eduardo Costa enfrenta processo por plágio em grande sucesso
Eduardo Costa enfrenta controvérsias devido a alegações de plágio. A música em questão, “Ainda Tô Aí”, lançada em 2020 e acumulando cerca de 250 milhões de visualizações no YouTube, é apontada como cópia pela compositora Elizabete Moreira da Camara Lomelino, de Sumaré (SP), que exige uma indenização superior a R$ 29 milhões.
A coluna do jornalista Erlan Bastos EM OFF obteve acesso ao processo em que Elizabete alega ser a autora original da música, escrita em 2009. Ela afirma ser compositora há anos e possui várias canções em seu repertório.
Em 2009, compôs “É assim”, incluindo letra, melodia e partitura. Para comprovar o plágio, a defesa de Elizabete destaca que a música foi gravada diversas vezes em seu estúdio entre 2009 e 2019 e registrada no Escritório de Direitos Autorais (EDA) em maio de 2010.
Segundo o processo, Elizabete encontrou-se com Eduardo Costa em Bofete (SP), em maio de 2019, e entregou um pendrive com as músicas “É Assim” e “Se for Assim”. O material não concedia permissão para utilização e reprodução das músicas sem o devido reconhecimento. Em abril de 2020, Elizabete ouviu “Ainda Tô Aí” no rádio e identificou semelhanças com sua música entregue ao artista no ano anterior.
A defesa da compositora contratou um perito judicial que concluiu que 90% da música é plágio da obra original de Elizabete. A defesa solicita a apresentação de detalhes financeiros relacionados a “Ainda Tô Aí” e que o pedido de plágio seja julgado procedente. Elizabete busca indenização de R$ 20 milhões por danos materiais, R$ 9 milhões por danos morais e R$ 250 mil pelos lucros gerados pela suposta música plagiada.
“Ainda tô aí” consta como composição de Adair Cardoso e Gustavo Henrique nos DVDs “40tena” (2020) e “Fora da Lei” (2021), lançados por Eduardo Costa durante a pandemia. Contudo, a defesa de Elizabete sustenta que a música é “um plágio cuidadosamente disfarçado” da composição entregue ao sertanejo anteriormente.