Anfitrião de Gusttavo Lima é procurado pela polícia
Adilson Oliveira Coutinho Filho, que promoveu festa luxuosa com Gusttavo Lima, é investigado em operação ligada à execução de Marquinho Catiri
A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou uma operação nesta terça-feira (1) contra envolvidos na morte do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, executado em novembro do ano passado. O alvo desta operação é Adilson Oliveira Coutinho Filho, mais conhecido como Adilsinho. Ele é apontado como o mandante da morte de Catiri.
Adilsinho ganhou notoriedade em maio de 2021, quando, em meio à pandemia de coronavírus, realizou uma festa de luxo no Copacabana Palace para 500 pessoas, com shows de cantores famosos como cantor sertanejo Gusttavo Lima, para comemorar seu aniversário. O evento custou cerca de R$ 4 milhões.
A festa, que ocorreu em plena pandemia, chamou a atenção não apenas pelo número de convidados e pelo custo, mas também pela presença de celebridades. O evento foi realizado nos três salões do Copacabana Palace e contou com apresentações de Gusttavo Lima, Ludmilla, Alexandre Pires e Dudu Nobre.
Adilsinho já vinha sendo investigado por chefiar uma quadrilha ligada ao jogo do bicho que vendia cigarros ilegalmente no Rio de Janeiro. Ele e seu irmão, Cláudio Nunes Coutinho, foram alvos da Operação Fumus em junho de 2021, acusados de impor, com violência, um monopólio na venda de cigarros no estado.
O grupo, que se autodenominou Banca da Grande Rio, comprava maços de C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, e obrigava pequenos e médios comerciantes em praticamente todo o estado a vender apenas essa marca. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, o nome do bando “vem de vínculos de muitos dos denunciados com a GRES Grande Rio e com as pessoas que por lá passaram”.
Apesar das acusações e das investigações, Adilsinho continua em liberdade e ainda não foi localizado pela polícia. O Disque Denúncia divulgou um cartaz pedindo informações sobre o paradeiro de Adilsinho.
Este caso serve como um lembrete de que, mesmo na era digital, a justiça ainda tem um longo caminho a percorrer. Também destaca a necessidade de medidas de segurança mais fortes para proteger as informações pessoais dos indivíduos.
Enquanto a polícia continua a busca por Adilsinho, muitos estão esperando para ver como este caso se desenrolará. Seja qual for o resultado, é claro que este incidente deixou uma marca indelével na sociedade carioca.
Gusttavo Lima enfrenta processos milionários
Gusttavo Lima vem sendo investigado nas últimas semanas por uma série de shows milionários pagos por prefeituras do interior que deram início à chamada CPI do sertanejo. Agora, o g1 publicou várias denúncias e processos judiciais que o cantor sertanejo está envolvido com músicos.
Recebendo cachês de até R$ 1,2 milhão, Gusttavo Lima está sendo processado por 2 roadies (técnicos de apoio que viajam com a banda em turnê, encarregados de lidar com as produções de shows), que foram contratados pelo cantor sertanejo em 2015 e deixaram o emprego em 2017 e 2018, respectivamente.
Na época, o cantor sertanejo recebia cerca de R$ 300 mil por show, e pagava para seus músicos cerca de R$ 5,9 mil ao mês. Um dos ex-funcionários que processa Gusttavo Lima disse que ele tinha 3 roadies, o que significa que com apenas 2% do valor do cachê de uma noite, o sertanejo pagava o salário mensal desses funcionários. Com 6%, ele bancava a equipe toda.
No entanto, os funcionários alegam que os contracheques do cantor sertanejo apresentavam quantias menores do que os salários que eles ganhavam. Um contracheque de janeiro de 2018 mostrava que eles recebiam apenas R$ 2,5 mil. Com isso, os direitos trabalhistas e imposto pagos por Gusttavo Lima aos seus funcionários eram menores, já que foram calculados com base nesses valores reduzidos.
Gusttavo Lima foi condenado pela Justiça do Trabalho nos dois casos e terá que pagar as diferenças nos direitos aos trabalhadores e nos impostos ao Estado. Uma das ações, calculada em R$ 137 mil, terminou de ser paga em abril de 2022. A segunda ação ainda aguarda a decisão do recurso apresentado pelo jurídico do cantor sertanejo, e ainda não teve o valor calculado.
Ao g1, a advogada trabalhista Ana Cláudia Arantes (que não está envolvida nestes dois processos) diz que a prática é uma fraude: “Isso é uma forma de burlar a legislação trabalhista, pois assim se paga menos impostos (que são gerados sobre a folha de pagamento), diminui a base de cálculo do recolhimento de INSS do empregado e gera pagamento menor ao trabalhador de horas e reflexos, férias, 13º e FGTS. É um prejuízo para o trabalhador e para os cofres públicos”.