Anos após crime contra ator de Chiquititas, Record é condenada na Justiça por reportagem
A Rede Record foi condenada na Justiça por conta de um caso envolvendo informações relacionadas à morte do ator Rafael Miguel, de 22 anos. O jovem artista, que fez um papel de destaque na novela infantil Chiquititas, do SBT, foi assassinado em junho de 2019. O caso repercutiu muito nas redes sociais e foi parar na imprensa.
Na emissora, contudo, a história ganhou novas camadas, o que gerou o processo. A Record e Bacci terão que pagar uma indenização de R$ 15 mil para uma mulher envolvida numa reportagem feito pela emissora no Cidade Alerta na época da morte.
A Record, na época, exibiu imagens de uma mulher que estava em um posto de gasolina. A reportagem afirmou que ela era irmã do suspeito do crime e estaria abastecendo o carro para ajudar o suposto assassino a fugir do local naquele momento.
Contudo, foi provado que a informação era falsa. De acordo com o advogado que representou a acusada na reportagem, ela não conhece o homem que estaria envolvido na morte de Rafael Miguel e nem teria um vínculo de parentesco com ele.
“O fato foi de grande repercussão nacional, e ela sofre até hoje deboche de vizinhos, vindo apontá-la como piloto de fugas de criminosos”, diz a defesa da acusada pela Record.
A emissora se defendeu e disse que o apresentador Luiz Bacci e o canal apenas teriam divulgados informações baseadas em documentos. Também teriam exibido imagens que terceiros e autoridades policiais forneceram.
Na argumentação do advogado que representa a emissora é dito que foram obtidas informações de “todas as partes envolvidas antes da divulgação da matéria”. É dito também que não há conduta dolosa por parte da Record e Bacci.
A Justiça não aceitou a argumentação do canal e o advogado da acusada ressaltou que não há nenhuma comprovação de que a Polícia forneceu as imagens. Ainda é possível que o canal recorra da decisão.
O principal apontado pelo assassinato do ator Rafael Miguel foi o comerciante Paulo Cupertino. Seus pais também foram mortos. Os três foram alvejados por tiros na porta da casa do empresário.
O estopim do assassinato teria sido o namoro entre Rafael e a filha dele. Cupertino esteve foragido por três anos, foi preso e seu julgamento ainda não tem data marcada.